23 de mar. de 2014

Capitulo Um — Nova casa, nova vida.


Bruxelas, Bélgica.

Demetria olhou para o céu parcialmente nublado de Bruxelas. Os sapatos fechados sociais tocavam a grama e ela não via a hora de tirar as malditas meias calças que vestia, sem mencionar o fato de estar vestindo uma saia enorme que mais parecia um balão. Mas respirou fundo e sorriu para a madre superiora que caminhava em sua direção com um singelo sorriso estampado nos lábios.

— Oh querida, o chofer do seu tio já está a sua espera. — Alexandra, a madre, disse enquanto pegava uma das duas malas da garota que estavam no chão. —
— Eu sinceramente não sei o que vou fazer lá. — Demi retrucou. — Mal conheço essa família.
— Demi, querida, já passou da hora de você conhecer seus parentes mais próximos. — Madre Alexandra entregou a mala ao rapaz fardado formalmente. —

            Se não bastasse ter perdido os pais num terrível acidente de carro quando mais nova, Demetria teria que se submeter a uma nova vida; depois de quase dez anos estudando num colégio interno de freiras, só para mulheres, estava indo para Londres conhecer o irmão mais velho de seu pai, no qual ela nunca tinha conhecido e ouvido falar.

— Boa sorte, Demi. — Alexandra a puxou para um forte abraço. — E se comporte.
— Obrigada, vou precisar. — Demi respondeu. — Eu vou tentar, mas não garanto nada.

O mordomo abriu a porta do carro para que a garota adentrasse. Ela o fez. O vidro abaixado lhe permitiu encarar pela ultima vez o prédio que, por quase toda sua vida chamara de casa e a mulher que havia chamado de mãe por anos. O rapaz arrancou o carro dali. Demetria suspirou mais uma vez, enquanto acenava para a freira olhando pelo para-brisa traseiro do carro.
Dali pra frente seria uma nova vida, uma nova história.

Londres, Inglaterra.

            O clima extremamente gélido de Londres havia causado a suspensão das aulas da maioria das escolas da cidade. Nevava e parecia ser o dia mais frio do mês, para felicidade de uns e infelicidade de outros.

— Joseph, você viu o meu boné do Chelsea? — Nick Ross adentrou bruscamente ao quarto do irmão, procurando seu boné pelo olhar. —
— Não Nick, pergunte a mamãe, ela com certeza deve saber onde você o colocou. — Joseph rolou os olhos, enquanto folheava o livro de Biologia. —
— Mas nem hoje você deixa de estudar? — Nick perguntou indignado. Não entendia como seu irmão conseguia estudar até em feriados. — Estamos de folga, Joe.
— Eu sei. — Joe respondeu sem tirar os olhos do livro. Estava fascinado com as descobertas que havia feito só em estar lendo aquele livro e já tinha decidido; iria ser biólogo. — Não ligo Nick, agora, será que pode deixar-me só? Eu agradeceria.

            Nick rolou os olhos e saiu do quarto do irmão mais velho. Ao ver que o irmão tinha saído, Joseph fechou o livro e o colocou cuidadosamente em cima do criado mudo. Podia escutar várias vozes vindas do quarto ao lado e até mesmo do andar de baixo. Sua mãe estava animada para a chegada de Demetria Lovato, sua prima, filha do falecido Thomas, seu tio. Pela boca de seu pai, nunca ouvira falar nada sobre ele — apenas que ele e sua esposa tinham sofrido um grave acidente de carro quando viajavam para Oxford. Os dois morreram e apenas a garota — milagrosamente — sobreviveu.

Por Joseph.
            Ouvi batidas na minha porta e respirei fundo antes de mandar entrar. Não que eu fosse contra a vinda da minha prima para minha casa, mas era irritante ver homens caminhando pela sua casa a todo momento. Minha mãe adentrou ao meu quarto com um sorriso radiante. Eu sabia o porquê de sua animação. Depois de Nick, ela não podia mais ter filhos — por mais que quisesse, meu pai praticamente obrigou-a a fazer a operação que lhe impedia de ter mais filhos, ele definitivamente já estava satisfeito comigo e com Nicholas — e seu maior sonho era ter uma menina. Com a chegada da minha prima, ela finalmente teria uma companhia feminina para conversar, mimar, etc.

— Mandei Nick ir pegar as camisas de vocês na loja. — Ela disse sorridente. Havia mandado fazer camisas novas só para receber a garota. — Você prefere a gravata salmão ou azul?
— Mamãe, por que não fica calma? É só a sobrinha do tio Tom não a rainha Elisabeth. — Murmurei entediado e ela repreendeu-me com um olhar mortal. —
— Ela é a nossa convidada e eu quero que tudo saia perfeito! — Exclamou empolgadíssima. Rolei os olhos. —
— Tudo bem, mas não vou usar gravata. — Falei. Ela olhou-me indignada. — Você sabe que nem nas festas que o pai dá, eu uso isso. Eu odeio.
— O.k, meu amor, mas, eu quero que você use a camisa que eu mandei fazer especialmente para hoje. — Ela disse radiante e eu assenti, mesmo pela contra vontade. —

(...)

Aeroporto Internacional de Londres.
Por Demetria.

            O homem de terno caminhava ao meu lado observando os lados atentamente. Provavelmente, estava procurando meu tio Alexander. Não demorou muito para o avistarmos ao lado de outro rapaz. Ele estava usando um terno engomado e conversava discretamente com o homem ao seu lado.

— Demetria, minha querida. — Alexander disse ao ver-me. Sorriu e beijou minha bochecha, pegando a mala que eu segurava. — Como foi a sua viagem?
— Acho que foi normal. — Falei acanhada. Eu realmente não sabia como era viajar de avião, primeiro por que tinha sido a primeira vez que eu pisava em um e segundo, por que eu tinha dormido o voo inteirinho. —
— Que ótimo. — Ele sorriu. — Robert, coloque as bagagens da minha sobrinha no porta malas.

            O tal Robert, que deveria ser o seu chofer, o atendeu rapidamente. Tio Alex abriu a porta do carro para que eu entrasse. Eu o fiz e ele logo entrou e sentou-se ao meu lado. Respirei fundo quando o carro saiu do aeroporto, me deixando finalmente ver as belas paisagens de Londres.
~
Abri a boca em forma de um ‘O’ quando vi o carro parar em frente á um casarão luxuoso e iluminado. Os portões de ferro pretos se abriram para que o carro adentrasse ao amplo jardim. Era uma bela casa. Eu saí do carro e me espreguicei, enquanto observava cada detalhe do jardim. A grama tinha um tom verde vivo, parecia bem cuidada, tinha também algumas pequenas árvores plantadas um canto aqui, um canto lá, sem falar nas belas roseiras brancas que se destacavam no centro do jardim, fazendo jus a uma fonte artificial que esguichava água. Suspirei.

— Vamos entrar querida. — Senti a mão do meu tio tocar minhas costas. —

Assenti sem pronunciar nenhuma palavra. Eu ainda estava em êxtase só de ver aquela casa linda — por fora. Olhei para trás procurando minha mala com o olhar. Vi meu tio me encarar-me com um olhar confuso e ao mesmo tempo debochado. Rapidamente me lembrei que ele tinha mordomos e empregados para fazerem tal trabalho e me senti estupidamente envergonhada. Apenas me virei para frente e caminhei em passos lentos até a enorme porta de madeira branca. Minhas mãos suaram frio.
A primeira coisa que vi quando meu tio abriu as portas de sua casa, foi uma mulher e dois rapazes ao seu lado; um alto, moreno, bronzeado, forte, com um olhar misterioso, o outro por sua vez, possuía cabelos no mesmo tom de seus olhos, que me observavam de cima a baixo. A moça parecia estar na casa dos quarenta, mas isso não interferia em sua beleza. Ela era linda. Os cabelos eram negros e ondulados, caiam em suas costas, seus olhos eram castanhos e tinham um brilho esplêndido, ela era pálida na medida certa e a maçã de seu rosto era levemente corada. Suas vestes então, eram caprichosas. Me perguntei mentalmente se aquilo tudo era por minha causa ou se eles eram acostumados á ser assim, tão... Perfeitos.

— Demetria, seja bem vinda querida. — A mulher aproximou-se de mim e abraçou-me como se fossemos amigas de longa data. Mesmo constrangida e sem graça, retribui seu abraço e fiz questão de exibir um sorriso grato em meu rosto. — Meu nome é Hemily. Estes são seus primos Nicholas e Joseph.
— É um prazer. — Falei timidamente. Os rapazes apenas assentiram. —
— Suponho que você deve estar morrendo de fome. Como não sei qual é seu gosto exato, pedi que preparassem um banquete variado. — Hemily sorriu orgulhosa. —

            Suspirei. Pelo contrário, eu estava absolutamente cheia. Por menos que eu tivesse comido no avião, eu estava cheia. Deveria ser o nervosismo por estar se mudando para casa do meu tio, que depois de anos, resolveu aparecer do nada para me levar para casa. Um interesse fora do comum. Estranho interesse, devo corrigir. A mulher me olhava atentamente e por mais que ela estivesse sendo muito hospitaleira comigo, eu começava a ficar ainda mais acanhada e desconfortável.

— Eu comi demais no avião. — Menti, mordendo o lábio. Senti minhas bochechas esquentarem. —
— Oh querida, tudo bem. — Ela disse compreensivamente, para minha surpresa. — Acho então que você queira descansar, não é? — Assenti ainda envergonhada pela desfeita ao tal banquete. — Joseph querido, por que não leva sua prima até o quarto dela?

O tal Joseph deu de ombros, parecendo não se importar. Nicholas, que parecia ser mais novo que o outro, me olhava fixamente de cima a baixo. Percebi que ele prendia o riso por causa da minha roupa antiquada. Corei bruscamente. Eu não tinha roupas modernas e bonitas, por que afinal, eu morava em um colégio interno de beatas.

— Desculpe a má educação de Nicholas. — Joseph disse baixo enquanto subíamos as escadas da casa. — Ele não costuma a ter modos.
— Tudo bem. — Eu dei de ombros. Não estava chateada com o riso de Nicholas. — Sei que minhas roupas não são adequadas para Londres.
Joseph virou-se para mim olhando-me de cima á baixo. Depois, logo sorriu.
— São bonitas. — Afirmou. — Muitas garotas preferem usar roupas mais curtas para jogar charme para os rapazes.
— Sério? — Perguntei. Ele assentiu com um sorriso sugestivo em seu rosto. — Achei que as moças daqui fossem... Comportadas.
— Algumas são, outras nem tanto. — Ele parou em frente á uma porta de madeira branca. — Bom, este é seu quarto.

Eu corei. Ele pareceu sorrir divertido com minha vergonha. Pus a mão na maçaneta e a girei. Tão surpresa fiquei ao ver o espaço. O quarto era absolutamente lindo. As paredes tinha tons lilás claríssimos, havia uma cama de casal e um armário de cor branca enorme, sem falar numa mesa que estava no quarto do quarto com um caderno e alguns lápis. Em outro canto, tinha uma estante presa na parede cheia de livros.
            Tornei a me perguntar o porquê de ganhar um quarto caprichado daquele jeito. Eu era uma hospede totalmente desconhecida e tinha ganhado tudo aquilo.

— Minha mãe sempre quis ter uma menina. — Joseph começou, enquanto pegava um dos livros da estante. Parecia ter lido a minha mente. — Ela não pode mais ter filhos, então, isso tecnicamente fará de você uma filha para ela. Vai ser muito mimada aqui.
— Você acabou de contribuir para que eu ficasse ainda mais culpada por ter rejeitado o jantar que sua mãe preparou para mim. — Falei envergonhada e ele riu. —
— Não se preocupe. Mamãe não se incomodou. — Ele disse sorrindo. — Bom, eu preciso descer. Se eu demorar mais um pouco, pensarão que estou te importunando.
— Oh, é claro. — Eu assenti sorrindo. — Aproveite o jantar por mim. — Falei, enquanto ele saia do meu quarto. —
— Pode deixar. Farei isso direitinho. — Piscou para mim, com um meio sorriso no canto do rosto. —

Joseph estava caminhando em direção as escadas e eu estava pronta para fechar a porta e apreciar o meu novo quarto, quando ele parou e virou-se para mim com um sorriso de lado, logo dizendo:


— Seja bem vinda. 

**

oee minhas queridas <3
postei o primeiro capitulo. Espero que gostem. Não tenho muita coisa pra falar, apenas que a página dos personagens já foi atualizada com os novos. Qualquer duvida é só deixar a pergunta nos comentários. É isso. Beijãos, :*

10 comentários:

  1. Joe tão fofo com a demi *-* *-*
    Postaaa logooo sua linda
    Perfeito u.u
    Beijos

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  2. Amei, é uma bela história bem diferente das outras, mas super criativo <3
    Poste logo c:

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  3. Confesso q fiquei chateada,mt chateada com a demora k e tb ppr the prince :/ pse mas cmo sempre vc nos surpreende.. essa fic ta perfeitaa sos posta logo pleaseee to amando ela *-*

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  4. Demi envergonhadinha, coisa mais fofa!
    Posta logo!
    Bjs

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  5. Amei o primeiro capítulo. Já quero os próximos :))
    Fabíola Barboza

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  6. Ai meu heart <3
    Eu quero maaais *-*
    Posta logo, bjs!

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  7. Uma palavra, MARAVILHOSO. Essa fic tem tudo para ser a melhor <3
    A Demi é uma graça, ashuahsua, to apaixonada por ela <3
    Enfim, poste loogo! beijos.

    Ps: tem selinho para você no meu blog, :33 http://thewonderfulsmile.blogspot.com.br/2014/03/selo-3.html

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  8. Ai mds essa fic e mt perfeitaaa posta logoooooo

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