Bruxelas, Bélgica.
Demetria olhou para o céu parcialmente nublado de
Bruxelas. Os sapatos fechados sociais tocavam a grama e ela não via a hora de
tirar as malditas meias calças que vestia, sem mencionar o fato de estar
vestindo uma saia enorme que mais parecia um balão. Mas respirou fundo e sorriu
para a madre superiora que caminhava em sua direção com um singelo sorriso
estampado nos lábios.
—
Oh querida, o chofer do seu tio já está a sua espera. — Alexandra, a madre,
disse enquanto pegava uma das duas malas da garota que estavam no chão. —
—
Eu sinceramente não sei o que vou fazer lá. — Demi retrucou. — Mal conheço essa
família.
—
Demi, querida, já passou da hora de você conhecer seus parentes mais próximos.
— Madre Alexandra entregou a mala ao rapaz fardado formalmente. —
Se
não bastasse ter perdido os pais num terrível acidente de carro quando mais
nova, Demetria teria que se submeter a uma nova vida; depois de quase dez anos
estudando num colégio interno de freiras, só para mulheres, estava indo para
Londres conhecer o irmão mais velho de seu pai, no qual ela nunca tinha
conhecido e ouvido falar.
—
Boa sorte, Demi. — Alexandra a puxou para um forte abraço. — E se comporte.
—
Obrigada, vou precisar. — Demi respondeu. — Eu vou tentar, mas não garanto
nada.
O mordomo abriu a porta do carro para que a garota
adentrasse. Ela o fez. O vidro abaixado lhe permitiu encarar pela ultima vez o
prédio que, por quase toda sua vida chamara de casa e a mulher que havia
chamado de mãe por anos. O rapaz arrancou o carro dali. Demetria suspirou mais
uma vez, enquanto acenava para a freira olhando pelo para-brisa traseiro do
carro.
Dali pra frente seria uma nova vida, uma nova
história.
Londres, Inglaterra.
O
clima extremamente gélido de Londres havia causado a suspensão das aulas da
maioria das escolas da cidade. Nevava e parecia ser o dia mais frio do mês,
para felicidade de uns e infelicidade de outros.
—
Joseph, você viu o meu boné do Chelsea? — Nick Ross adentrou bruscamente ao
quarto do irmão, procurando seu boné pelo olhar. —
—
Não Nick, pergunte a mamãe, ela com certeza deve saber onde você o colocou. — Joseph
rolou os olhos, enquanto folheava o livro de Biologia. —
—
Mas nem hoje você deixa de estudar? — Nick perguntou indignado. Não entendia
como seu irmão conseguia estudar até em feriados. — Estamos de folga, Joe.
—
Eu sei. — Joe respondeu sem tirar os olhos do livro. Estava fascinado com as
descobertas que havia feito só em estar lendo aquele livro e já tinha decidido;
iria ser biólogo. — Não ligo Nick, agora, será que pode deixar-me só? Eu
agradeceria.
Nick
rolou os olhos e saiu do quarto do irmão mais velho. Ao ver que o irmão tinha
saído, Joseph fechou o livro e o colocou cuidadosamente em cima do criado mudo.
Podia escutar várias vozes vindas do quarto ao lado e até mesmo do andar de
baixo. Sua mãe estava animada para a chegada de Demetria Lovato, sua prima,
filha do falecido Thomas, seu tio. Pela boca de seu pai, nunca ouvira falar
nada sobre ele — apenas que ele e sua esposa tinham sofrido um grave acidente
de carro quando viajavam para Oxford. Os dois morreram e apenas a garota —
milagrosamente — sobreviveu.
Por Joseph.
Ouvi
batidas na minha porta e respirei fundo antes de mandar entrar. Não que eu
fosse contra a vinda da minha prima para minha casa, mas era irritante ver homens
caminhando pela sua casa a todo momento. Minha mãe adentrou ao meu quarto com
um sorriso radiante. Eu sabia o porquê de sua animação. Depois de Nick, ela não
podia mais ter filhos — por mais que quisesse, meu pai praticamente obrigou-a a
fazer a operação que lhe impedia de ter mais filhos, ele definitivamente já
estava satisfeito comigo e com Nicholas — e seu maior sonho era ter uma menina.
Com a chegada da minha prima, ela finalmente teria uma companhia feminina para conversar, mimar, etc.
—
Mandei Nick ir pegar as camisas de vocês na loja. — Ela disse sorridente. Havia
mandado fazer camisas novas só para receber a garota. — Você prefere a gravata
salmão ou azul?
—
Mamãe, por que não fica calma? É só a sobrinha do tio Tom não a rainha
Elisabeth. — Murmurei entediado e ela repreendeu-me com um olhar mortal. —
—
Ela é a nossa convidada e eu quero que tudo saia perfeito! — Exclamou
empolgadíssima. Rolei os olhos. —
—
Tudo bem, mas não vou usar gravata. — Falei. Ela olhou-me indignada. — Você
sabe que nem nas festas que o pai dá, eu uso isso. Eu odeio.
—
O.k, meu amor, mas, eu quero que você use a camisa que eu mandei fazer
especialmente para hoje. — Ela disse radiante e eu assenti, mesmo pela contra
vontade. —
(...)
Aeroporto Internacional de Londres.
Por
Demetria.
O
homem de terno caminhava ao meu lado observando os lados atentamente.
Provavelmente, estava procurando meu tio Alexander. Não demorou muito para o
avistarmos ao lado de outro rapaz. Ele estava usando um terno engomado e
conversava discretamente com o homem ao seu lado.
—
Demetria, minha querida. — Alexander disse ao ver-me. Sorriu e beijou minha
bochecha, pegando a mala que eu segurava. — Como foi a sua viagem?
—
Acho que foi normal. — Falei acanhada. Eu realmente não sabia como era viajar
de avião, primeiro por que tinha sido a primeira vez que eu pisava em um e
segundo, por que eu tinha dormido o voo inteirinho. —
—
Que ótimo. — Ele sorriu. — Robert, coloque as bagagens da minha sobrinha no
porta malas.
O
tal Robert, que deveria ser o seu chofer, o atendeu rapidamente. Tio Alex abriu
a porta do carro para que eu entrasse. Eu o fiz e ele logo entrou e sentou-se
ao meu lado. Respirei fundo quando o carro saiu do aeroporto, me deixando
finalmente ver as belas paisagens de Londres.
~
Abri a boca em forma de um ‘O’ quando vi o carro
parar em frente á um casarão luxuoso e iluminado. Os portões de ferro pretos se
abriram para que o carro adentrasse ao amplo jardim. Era uma bela casa. Eu saí
do carro e me espreguicei, enquanto observava cada detalhe do jardim. A grama
tinha um tom verde vivo, parecia bem cuidada, tinha também algumas pequenas
árvores plantadas um canto aqui, um canto lá, sem falar nas belas roseiras
brancas que se destacavam no centro do jardim, fazendo jus a uma fonte
artificial que esguichava água. Suspirei.
—
Vamos entrar querida. — Senti a mão do meu tio tocar minhas costas. —
Assenti sem pronunciar nenhuma palavra. Eu ainda
estava em êxtase só de ver aquela casa linda — por fora. Olhei para trás
procurando minha mala com o olhar. Vi meu tio me encarar-me com um olhar
confuso e ao mesmo tempo debochado. Rapidamente me lembrei que ele tinha
mordomos e empregados para fazerem tal trabalho e me senti estupidamente
envergonhada. Apenas me virei para frente e caminhei em passos lentos até a
enorme porta de madeira branca. Minhas mãos suaram frio.
A primeira coisa que vi quando meu tio abriu as
portas de sua casa, foi uma mulher e dois rapazes ao seu lado; um alto, moreno,
bronzeado, forte, com um olhar misterioso, o outro por sua vez, possuía cabelos
no mesmo tom de seus olhos, que me observavam de cima a baixo. A moça parecia
estar na casa dos quarenta, mas isso não interferia em sua beleza. Ela era
linda. Os cabelos eram negros e ondulados, caiam em suas costas, seus olhos
eram castanhos e tinham um brilho esplêndido, ela era pálida na medida certa e
a maçã de seu rosto era levemente corada. Suas vestes então, eram caprichosas.
Me perguntei mentalmente se aquilo tudo era por minha causa ou se eles eram
acostumados á ser assim, tão... Perfeitos.
—
Demetria, seja bem vinda querida. — A mulher aproximou-se de mim e abraçou-me
como se fossemos amigas de longa data. Mesmo constrangida e sem graça, retribui
seu abraço e fiz questão de exibir um sorriso grato em meu rosto. — Meu nome é
Hemily. Estes são seus primos Nicholas e Joseph.
—
É um prazer. — Falei timidamente. Os rapazes apenas assentiram. —
—
Suponho que você deve estar morrendo de fome. Como não sei qual é seu gosto
exato, pedi que preparassem um banquete variado. — Hemily sorriu orgulhosa. —
Suspirei.
Pelo contrário, eu estava absolutamente cheia. Por menos que eu tivesse comido
no avião, eu estava cheia. Deveria ser o nervosismo por estar se mudando para
casa do meu tio, que depois de anos, resolveu aparecer do nada para me levar
para casa. Um interesse fora do comum. Estranho interesse, devo corrigir. A
mulher me olhava atentamente e por mais que ela estivesse sendo muito
hospitaleira comigo, eu começava a ficar ainda mais acanhada e desconfortável.
—
Eu comi demais no avião. — Menti, mordendo o lábio. Senti minhas bochechas
esquentarem. —
—
Oh querida, tudo bem. — Ela disse compreensivamente, para minha surpresa. —
Acho então que você queira descansar, não é? — Assenti ainda envergonhada pela
desfeita ao tal banquete. — Joseph querido, por que não leva sua prima até o
quarto dela?
O tal Joseph deu de ombros, parecendo não se
importar. Nicholas, que parecia ser mais novo que o outro, me olhava fixamente
de cima a baixo. Percebi que ele prendia o riso por causa da minha roupa
antiquada. Corei bruscamente. Eu não tinha roupas modernas e bonitas, por que
afinal, eu morava em um colégio interno de beatas.
—
Desculpe a má educação de Nicholas. — Joseph disse baixo enquanto subíamos as
escadas da casa. — Ele não costuma a ter modos.
—
Tudo bem. — Eu dei de ombros. Não estava chateada com o riso de Nicholas. — Sei
que minhas roupas não são adequadas para Londres.
Joseph
virou-se para mim olhando-me de cima á baixo. Depois, logo sorriu.
—
São bonitas. — Afirmou. — Muitas garotas preferem usar roupas mais curtas para
jogar charme para os rapazes.
—
Sério? — Perguntei. Ele assentiu com um sorriso sugestivo em seu rosto. — Achei
que as moças daqui fossem... Comportadas.
—
Algumas são, outras nem tanto. — Ele parou em frente á uma porta de madeira
branca. — Bom, este é seu quarto.
Eu corei. Ele pareceu sorrir divertido com minha
vergonha. Pus a mão na maçaneta e a girei. Tão surpresa fiquei ao ver o espaço.
O quarto era absolutamente lindo. As paredes tinha tons lilás claríssimos,
havia uma cama de casal e um armário de cor branca enorme, sem falar numa mesa
que estava no quarto do quarto com um caderno e alguns lápis. Em outro canto,
tinha uma estante presa na parede cheia de livros.
Tornei
a me perguntar o porquê de ganhar um quarto caprichado daquele jeito. Eu era
uma hospede totalmente desconhecida e tinha ganhado tudo aquilo.
—
Minha mãe sempre quis ter uma menina. — Joseph começou, enquanto pegava um dos
livros da estante. Parecia ter lido a minha mente. — Ela não pode mais ter
filhos, então, isso tecnicamente fará de você uma filha para ela. Vai ser muito
mimada aqui.
—
Você acabou de contribuir para que eu ficasse ainda mais culpada por ter
rejeitado o jantar que sua mãe preparou para mim. — Falei envergonhada e ele
riu. —
—
Não se preocupe. Mamãe não se incomodou. — Ele disse sorrindo. — Bom, eu
preciso descer. Se eu demorar mais um pouco, pensarão que estou te
importunando.
—
Oh, é claro. — Eu assenti sorrindo. — Aproveite o jantar por mim. — Falei,
enquanto ele saia do meu quarto. —
—
Pode deixar. Farei isso direitinho. — Piscou para mim, com um meio sorriso no
canto do rosto. —
Joseph estava caminhando em direção as escadas e eu
estava pronta para fechar a porta e apreciar o meu novo quarto, quando ele
parou e virou-se para mim com um sorriso de lado, logo dizendo:
—
Seja bem vinda.
**
oee minhas queridas <3
postei o primeiro capitulo. Espero que gostem. Não tenho muita coisa pra falar, apenas que a página dos personagens já foi atualizada com os novos. Qualquer duvida é só deixar a pergunta nos comentários. É isso. Beijãos, :*
Joe tão fofo com a demi *-* *-*
ResponderExcluirPostaaa logooo sua linda
Perfeito u.u
Beijos
AMEI... Você escreve super bem.
ResponderExcluirAmei, é uma bela história bem diferente das outras, mas super criativo <3
ResponderExcluirPoste logo c:
Confesso q fiquei chateada,mt chateada com a demora k e tb ppr the prince :/ pse mas cmo sempre vc nos surpreende.. essa fic ta perfeitaa sos posta logo pleaseee to amando ela *-*
ResponderExcluirDemi envergonhadinha, coisa mais fofa!
ResponderExcluirPosta logo!
Bjs
Amei o primeiro capítulo. Já quero os próximos :))
ResponderExcluirFabíola Barboza
Ai meu heart <3
ResponderExcluirEu quero maaais *-*
Posta logo, bjs!
ai eles sao fofos
ResponderExcluirUma palavra, MARAVILHOSO. Essa fic tem tudo para ser a melhor <3
ResponderExcluirA Demi é uma graça, ashuahsua, to apaixonada por ela <3
Enfim, poste loogo! beijos.
Ps: tem selinho para você no meu blog, :33 http://thewonderfulsmile.blogspot.com.br/2014/03/selo-3.html
Ai mds essa fic e mt perfeitaaa posta logoooooo
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