5 de abr. de 2014

Capitulo Três. — A New Friend.


Por Demetria.
            Ao olhar-me no espelho encarando o vestido rosa de alcinhas delicadas que cobria meu corpo. Desenhava minhas curvas e me deixava bela. Achei muito exagero vesti-lo num jantar, mas Hemily insistiu. Eu não queria desapontá-la novamente, de modo que cedi ao seu pedido.
            Apesar de ter resistido muito ao cabelereiro, eu havia gostado dos cachos que ele fizera. Pareciam tão delicados que eu ficava com pena de tocá-los. Estava admirada. De fato, meu primo Joseph não estava nada errado ao me dizer que eu seria muito mimada nesta casa.
            As batidas firmes na porta soaram como um despertador para mim. Sacudi a cabeça e caminhei em direção a porta, logo abrindo-a.
— Já está na hora do... — Joseph se auto interrompeu ao me olhar de cima a baixo. — Whoa. Uma grande mudança ocorreu aqui.
— Pois é. — Eu assenti envergonhada. —
            Não me julguem estupida ou infantil por ficar envergonhada na presença de homens. Nunca tive um contato masculino direto. Do tipo, nunca mesmo. Nada. É a mesma coisa que dizer que sou um tanto inocente nessa parte.
— Só falta nós dois? — Perguntei. —
— Creio que sim. — Joseph assentiu. —
— Ah, meu Deus. Alexander vai nos matar. — Falei quase dando um salto de pressa. —
— Fique calma. — Ele pediu. — Meu pai trouxe um amigo do trabalho, então deve estar bebendo vinho enquanto falam de algo sobre o trabalho.

Por Joseph.
            Demetria sorriu fraco, demostrando seu nervosismo. Meu pai não ligaria pelo nosso atraso de míseros quinze minutos. Bom, pelo menos não hoje. O caríssimo Maxine Hards, ou melhor dizendo, Max, estava em nossa casa. Iria jantar conosco.
Eu não suportava Max. Nem Nicholas, tampouco minha mãe. Porém, o fato de não gostarmos dele não significava que o tratávamos mal. Pelo contrário, Maxine é muito bem recebido em nossa casa. Acho que, se ele pudesse, ficaria aqui pelo resto de sua vida. Ele tem muitas mordomias por aqui.
— Quem é aquele rapaz? — Demetria cochichou em meu ouvido, quando descíamos os últimos degraus da escadaria. —
— Um puxa-saco do meu pai. — Respondi mau humorado. —
            Ela soltou um risinho discreto.
— Parece que você não vai muito com a cara dele. — Sussurrou. —
— Parece não, é.
            Logo que eles nos viram, pararam de conversar. Ambos os olhares estavam fixos em Demetria. Maxine logo sorriu de um jeito que me assustou. E meu pai parecia estar impressionado.
— Demetria querida. — Meu pai falou sorrindo e pegando sua mão lhe levando até Maxine. — Este é Maxine Hards, Maxine esta é minha querida sobrinha de quem lhe falei.
            Maxine sorriu e beijou a mão de Demetria por longos segundos. Vi que ela estava impaciente — ou no caso, desconfortada — e puxou delicadamente sua mão.
— É um prazer conhecê-la. A senhorita é mais bonita do que eu imaginei. — Maxine pronunciou. —
— Obrigada. — Ela agradeceu envergonhada e recuou alguns passos. —

Por Demetria.
            Maxine Hards de longe era bonito. Os olhos e o cabelo possuíam o mesmo tom de cor. Ele tinha um sorriso bonito, devo admitir. Só que apesar da bela aparência, ele era irritante, chato. Dava para ver que o meu tio gostava muito dele. No jantar, tive impressão — várias vezes — de que meu tio estava tentando fazer com que Max — ele pediu que eu o chamasse assim — flertasse comigo. E que fosse reciproco, claro.
— Então, Demetria, — Maxine começou. — como é a Bélgica?
            Ele estava bem ao meu lado na mesa. Fiquei desconfortável, aliás, ainda estou.
— Bom, eu não saia muito, mas, os lugares que frequentei era belíssimos. — Respondi educadamente embora estivesse de saco cheio de todas aquelas perguntas. —
            Max tornou a falar dos países que já tinha visitado. “A França é muito linda. A Torre Eiffel então, é deslumbrante. Talvez algum dia você vá visita-la.”, ele disse com ar orgulhoso. Fingi um sorriso impressionado e foi o que bastou para a enxurrada de perguntas voltar.
— Quantos anos você tem? — Indagou. —
            Desta vez, Nicholas e Joseph o encararam. Os olhos arregalados e a expressão cética. Podia afirmar que ele estava sendo um tanto atirado para cima de mim.
— Dezessete. — Respondi paciente. —
— Como era o colégio interno onde você estudava? — Maxine perguntou com ar curioso. —
— Bom, era como qualquer outro colégio interno. — Eu falei. —
            Maxine tornou a falar de que também estudara em um colégio interno na Austrália, quando seus pais estavam enfrentando uma séria crise no casamento. Entediada e impaciente, dei um chute na perna de Joseph que olhou-me assustado. Logo depois, ele entendeu minha expressão.
— Max, como está indo a empresa? Parece que você está fazendo um trabalho e tanto hein? — Joseph perguntou fingindo estar empolgado. —

{...}

Por Joseph.
— Você vai adorar a escola Demetria! — Mamãe exclamou enquanto nos levava até a porta de casa. —
— Isso é mentira. — Nicholas cochichou. —
— Eu espero que você faça amigas. — Minha mãe tornou a dizer totalmente empolgada. —
— Vou tentar. — Demetria respondeu. Seu sorriso forçado estava presente em seu rosto. —
            Nós saímos de casa rapidamente antes que minha mãe nos prendesse ainda mais. Estávamos razoavelmente na hora da escola. Nem atrasados, nem adiantados. De longe, vi Ashley sair de sua casa e acenar para eu e Nicholas. Logo aproximou-se da gente.
— Hey garotos. — Ashley disse animada. Beijou minha bochecha e logo depois, a de Nicholas. Sorriu para Demetria e logo depois disse: — Ei, prazer sou Ashley. Você deve ser a prima deles.
— Demetria. É um prazer conhecê-la, Ashley. — Demetria disse sorrindo envergonhada. —
— Pode me chamar de Ash. — A loura pediu. Nick rolou os olhos. —
— Então me chame de Demi. — Demetria devolveu sorrindo. —
— Vamos ser grandes amigas, Demi. — Ashley disse sincera. Beijou a bochecha de Demi e enlaçou o braço das duas. —
Demetria parecia confusa, mas eu sabia que ela estava feliz de ter conhecido uma garota da sua idade que seria futuramente sua melhor amiga. Ashley era muito legal e eu sabia que ela queria se aproximar de Demi. Embora ela fosse socializada com todas as pessoas, era difícil ver Ash com alguma garota que pudesse chamar de amiga. Eu sabia disso porque Nicholas e eu somos os melhores amigos dela. E também os únicos.

 *

Hey amores! 
Desculpem a demora. Genteeee, eu me saí bem em física, nem tirei nota baixa — quer dizer, não tão baixa, mas tudo bem, foi melhor do que eu imaginava. Agora falta só matemática para eu descobrir, haha. Espero que tenha me saído bem. Estão gostando da fic? Eu torço pra que sim, haha. Estou amando essa fic e espero que vocês também. Sobre a Ashley: Sim, é a Greene. Não, ela não é do mal. Quero fazer coisas diferentes nessa fanfic. É muito entediante sempre ver a Ash ser a vilã de tudo. Vamos mudar um pouco, mudar é sempre bom. Garanto que vocês vão gostar da personagem dela. Ela será muito fofa na fic. 
Bom, por hoje é só. Até mais lindas <3 
Beijãos :*


29 de mar. de 2014

Capitulo Dois. — Little Angel.

 

(...)

Por Demetria.
Eu já estava de pé ás oito horas da manhã. No internato, dormíamos cedo para acordar cedo. Tínhamos muitas tarefas á fazer. Todas as manhãs passeávamos pelo enorme jardim da propriedade, com o intuito de pegar um pouco de sol. Tomei um banho longo e aproveitei para dar uma olhada nos livros que Hemily tinha posto em minha estante, logo depois.
— Senhorita Demetria. — Uma voz feminina soou do lado de fora do meu quarto. Fechei o livro que estava folheando e o coloquei de volta na estante. —
— Ér... Olá. — Falei sem jeito, logo que abri a porta e encarei uma mulher vestida num uniforme de empregada. —
— O café já está na mesa. Estão todos esperando a senhorita. — A mulher morena sorriu e saiu antes que eu pudesse falar algo. —
Respirei fundo e coloquei um casaco de renda por cima da blusa branca de mangas curtas que eu usava. Contei de um á dez quando desci as escadas. Ao adentrar á sala de jantar, vi meu tio, Hemily e Nicholas sentados á mesa. Faltava eu e Joseph. Percebi que eles eram o tipo de família que realizavam suas refeições todos juntos. Faziam jus á uma família perfeita. Perfeita até demais, pensei enquanto sorria sem mostrar os dentes.
— Bom dia minha querida. — Alexander disse sem tirar os olhos do jornal. —
— Bom dia. — Apenas respondi me juntando á eles. Sentei-me ao lado de Hemily, que sorriu com tal ato. —
— Dormiu bem, Demetria? — Indagou, enquanto olhava para mim sorrindo. —
— Feito um anjo. — Respondi. Queria cultivar uma amizade com Hemily. Ela era simpática e agradável, seria uma ótima amiga para pedir conselhos e dividir segredos. Hemily sorriu satisfeita com a minha resposta. —
— Cadê Joseph? — Alexander dobrou o jornal bruscamente o colocando em cima da mesa. Ele estava com cara de poucos amigos. —
— Estou aqui. — Joseph estava atrás dele. Meio atrapalhado, abotoava os botões de uma camisa que parecia um uniforme escolar. — Bom dia.
— Bom dia. — Respondemos em uníssono. Menos Alexander, que ainda estava carrancudo. —
— Por que demorou? — Alexander indagou diretamente. —
— Só foram alguns minutos. — Joseph rolou os olhos enquanto se sentava ao lado de Nick, á minha frente. — Tive problemas para achar minha camisa. Apenas isso. Satisfeito?
Bom, a família já estava mostrando seus defeitos. A perfeição nem era tão perfeita assim.
— Não repita isso mais, entendeu? — O meu tio estava furioso com um misero atraso de minutos. Estava começando a ficar constrangida. —
Joseph não lhe deu atenção. Olhou para sua mãe e aí sim pareceu me notar de verdade. Sorriu de lado e me cumprimentou com o olhar.
~

Por Joseph.
            Eu ri internamente quando minha mãe começou a tagarelar no ouvido de Demi. As duas iriam fazer compras. Mamãe estava em êxtase por ter uma garota em nossa casa. Se Demetria estava constrangida com tanto mimo, imagine quando mamãe obrigá-la á vestir inúmeras peças de roupas caríssimas. Queria estar lá para ver, mas infelizmente, as aulas retornariam novamente, no horário normal.
            Joguei a mochila nas costas e enterrei minhas mãos no bolso da calça do uniforme. Observei Nick. Ele parecia observar algo fixamente, distraído. Segui seu olhar e um fraco sorriso esboçou-se em meu rosto ao perceber que ele encarava Miley Madison, filha do diretor, sentada num dos bancos da pequena pracinha interna que havia na escola.
— Vai lá falar com ela. — O encorajei e ele sobressaltou-se assustado. Ri com seu ato e ele entristeceu-se rapidamente. —
— Ela não fala com ninguém da escola. — Ele suspirou. Estava tímido. — Já tentei falar com ela, mas ela me evita sempre.
— Por que não tenta ir devagar? Quem sabe oferecer um livro de Shakespeare, coisa e tal. — Aconselhei. Ele rolou os olhos. —
— Isso é caretice. — Resmungou. —
— Por isso que ela não liga para você. — Alfinetei. — Ela já falou comigo algumas vezes. Descobri que ela gosta de Shakespeare. É uma garota muito inteligente e culta. Não combina com você.
            Nick estava pronto para revidar a minha informação, porém, eu saí dali em passos largos e rápidos. Minha sala era a última do terceiro andar do prédio e eu estava alguns minutos atrasado.
— Senhor Ross. — Jane sorriu debochadamente para mim. Ela lecionava história inglesa e não suportava sequer um minuto de atraso. —
— Senhora Jane, tive alguns problemas com meu pai. — Menti e ela pareceu acreditar. —
— Entre e se sente. Não quero ouvir sua voz, entendeu? — A mulher rabugenta fez cara feia e voltou a explicar o assunto. —
— Sempre assim, não é, Joseph? — Ashley Campbell sussurrou em meu ouvido. —
Ash era minha colega de classe. Sentava uma carteira atrás de mim e vivia riscando minha nuca com caneta rosa de cheiro, fazendo desenhos sem nexo. Eu ri discretamente e abri o caderno na matéria de história.

Por Demetria.
Olhei-me no espelho encarando o vestido laranja com estampas de florzinhas. Até que ficara bonito em mim, embora eu achasse estranho. Roupas de cores vivas como as que Hemily me mostrava não eram permitidas no internato. Usávamos cores fracas e as roupas eram sempre comportadas.
Hemily bateu palmas quanto me viu sair do provador. Ela me fez dar uma ‘giradinha’ umas cinco vezes. Era percebível sua animação. Eu me sentia feliz só por vê-la animada, mas isso não anulava o fato de que eu ficava constrangida quando ela fazia questão de comprar tudo o que via pela frente pra mim.
— É sério, Hemy. — Falei sincera. — Não precisa levar todas e...
— Nada disso querida! — Ela repreendeu. — Vamos levar todas sim. Ficaram perfeitas em você, será um desperdício não levar.
            Virou-se para a mulher que estava no caixa rindo discretamente e disse sorrindo:
— Empacote todas por favor.

Por Alexander.
            Maxine Hard encarou-me com um olhar um tanto maldoso enquanto segurava a foto da minha querida sobrinha Demetria. Pelo seu olhar, poderia ler sua mente; ele iria tirar proveito dela. Tirar uma casquinha. Não era a toa que Tommy a chamava de anjinho quando um bebê; ela realmente virara um anjo. Tinha uma beleza um tanto angelical e isso me assustou quando a vi.
— Acho que alguém vai se aproximar dessa belezinha. — Max mordeu o lábio. —
— Não vá traçar minha sobrinha de primeira. — Falei num falso tom de repreensão. — Ela é inocente.
— Pode deixar, senhor Ross. — Maxine guardou a foto dela no bolso do paletó azul marinho que usava e olhou-me. — Eu vou devagar. Nunca costumo ir com muita sede ao pote. Gosto das coisas indo lentamente.
            Rolei os olhos e joguei o jornal do dia em cima dele.
— Melhor você ir trabalhar, Maxine. — Alertei. — Ficar sentado aí não vai dar dinheiro no final do mês.
            Ele rolou os olhos e saiu do meu escritório. Eu sentei-me em minha poltrona de couro preto acolchoada e abri a ultima gaveta da minha mesa, retirando um álbum de fotografias. Ao abrir vi a foto de um bebê gordinho de olhos castanhos. O cabelo aparentemente fino preso á uma borrachinha roxa. Toquei a foto com o dedo indicador. Sorri. Ela sempre fora lindinha. Eu deveria vê-la como uma filha, mas não conseguia. Era muito mais forte do que eu.
{...}

Por Miley.
            “Toc, Toc.” Ouvi a voz da minha mãe de trás da porta. Sorri e murmurei um entre. Ela adentrou ao meu quarto lentamente e cuidadosamente. Deu um sorriso de canto ao me ver sentada na cama rodeada de livros.
— Querida, está estudando para quê? — Indagou sentando-se ao meu lado. —
— História e vou estudar Biologia logo depois. — Respondi. —
            Ela assentiu quieta e levantou-se novamente. Arrodeou o outro lado da cama e pegou um dos meus romances que estavam em cima do criado-mudo. Leu o titulo baixinho e depois o pousou lá calmamente.
— Miley, amor, já passou da hora de você fazer amigos. — Disse cruzando os braços e ficando á minha frente. —
— Você sempre diz isso. — Eu rolei os olhos e consertei meus óculos. — Não vamos discutir sobre esse assunto de novo não é?
— Não quero discutir com você. — Ela pronunciou tranquilamente. — Só acho que você precisa conhecer pessoas. Vive solitária lendo esses livros e fica trancada nesse quarto.
— Eu gosto de viver assim. — Comentei. — Não preciso conhecer pessoas que sabem que sou filha do diretor da melhor escola de Londres. Eu não quero que me tratem melhor só porque meu pai é o que é. Antes só do que mal acompanhada.

Por Joseph.
            Ashley tornou a gargalhar furiosamente enquanto caminhávamos em direção a sua casa nas ruas movimentadas de Londres. As pessoas nos olhavam como se fossemos debilóides. Ela bateu no meu braço fracamente e tornou a rir.
— Sério Joseph. — Ela começou. Rindo. — Você deveria ser comediante.
— Ser engraçado é só mais um dos meus charmes. — Pisquei sorrindo de canto. —
            Ela parou de rir e caminhamos mais alguns metros até chegarmos a sua casa. Ela escorou-se no portão olhando para mim de um jeito diferente. Joguei os ombros para trás enterrando minhas mãos no bolso da calça.
— Ér... Amanhã eu vou a sua casa, está bem? — Ela disse se aproximando de mim. —
— Oh claro. Vou pegar os livros de História na biblioteca do meu pai. — Falei sorrindo fraco. — Então, é isso, tcha...
            Fui interrompido pelos seus lábios frios tocando os meus e olhei-a confuso. Ainda bem que seus olhos estavam fechados, porque se tivessem abertos iriam perceber a tamanha confusão em meu olhar. Ela se afastou delicadamente. Aparentemente ela não estava nem notando meu olhar. Sorri forçado. Ela olhou-me timidamente e sorriu.
— Tchau Joe. — Disse. —
— Tchau Ashley. — Sussurrei. —


            Ela mordeu o lábio e virou as costas abrindo o portão de sua casa. Virei-me e me pus a caminhar em direção á minha. Eu já sabia que isso iria acontecer. Só não sabia o que fazer.

**

iae meninas <3
desculpem a demora, é que eu estava em semana de provas e tal. A propósito, fui super mal na prova de física e então se eu demorar é porque estou estudando ainda mais para essa matéria. Estão gostando dessa fic? Respondammm, por favor! <3
Por hoje é só. Beijão, :*

23 de mar. de 2014

Capitulo Um — Nova casa, nova vida.


Bruxelas, Bélgica.

Demetria olhou para o céu parcialmente nublado de Bruxelas. Os sapatos fechados sociais tocavam a grama e ela não via a hora de tirar as malditas meias calças que vestia, sem mencionar o fato de estar vestindo uma saia enorme que mais parecia um balão. Mas respirou fundo e sorriu para a madre superiora que caminhava em sua direção com um singelo sorriso estampado nos lábios.

— Oh querida, o chofer do seu tio já está a sua espera. — Alexandra, a madre, disse enquanto pegava uma das duas malas da garota que estavam no chão. —
— Eu sinceramente não sei o que vou fazer lá. — Demi retrucou. — Mal conheço essa família.
— Demi, querida, já passou da hora de você conhecer seus parentes mais próximos. — Madre Alexandra entregou a mala ao rapaz fardado formalmente. —

            Se não bastasse ter perdido os pais num terrível acidente de carro quando mais nova, Demetria teria que se submeter a uma nova vida; depois de quase dez anos estudando num colégio interno de freiras, só para mulheres, estava indo para Londres conhecer o irmão mais velho de seu pai, no qual ela nunca tinha conhecido e ouvido falar.

— Boa sorte, Demi. — Alexandra a puxou para um forte abraço. — E se comporte.
— Obrigada, vou precisar. — Demi respondeu. — Eu vou tentar, mas não garanto nada.

O mordomo abriu a porta do carro para que a garota adentrasse. Ela o fez. O vidro abaixado lhe permitiu encarar pela ultima vez o prédio que, por quase toda sua vida chamara de casa e a mulher que havia chamado de mãe por anos. O rapaz arrancou o carro dali. Demetria suspirou mais uma vez, enquanto acenava para a freira olhando pelo para-brisa traseiro do carro.
Dali pra frente seria uma nova vida, uma nova história.

Londres, Inglaterra.

            O clima extremamente gélido de Londres havia causado a suspensão das aulas da maioria das escolas da cidade. Nevava e parecia ser o dia mais frio do mês, para felicidade de uns e infelicidade de outros.

— Joseph, você viu o meu boné do Chelsea? — Nick Ross adentrou bruscamente ao quarto do irmão, procurando seu boné pelo olhar. —
— Não Nick, pergunte a mamãe, ela com certeza deve saber onde você o colocou. — Joseph rolou os olhos, enquanto folheava o livro de Biologia. —
— Mas nem hoje você deixa de estudar? — Nick perguntou indignado. Não entendia como seu irmão conseguia estudar até em feriados. — Estamos de folga, Joe.
— Eu sei. — Joe respondeu sem tirar os olhos do livro. Estava fascinado com as descobertas que havia feito só em estar lendo aquele livro e já tinha decidido; iria ser biólogo. — Não ligo Nick, agora, será que pode deixar-me só? Eu agradeceria.

            Nick rolou os olhos e saiu do quarto do irmão mais velho. Ao ver que o irmão tinha saído, Joseph fechou o livro e o colocou cuidadosamente em cima do criado mudo. Podia escutar várias vozes vindas do quarto ao lado e até mesmo do andar de baixo. Sua mãe estava animada para a chegada de Demetria Lovato, sua prima, filha do falecido Thomas, seu tio. Pela boca de seu pai, nunca ouvira falar nada sobre ele — apenas que ele e sua esposa tinham sofrido um grave acidente de carro quando viajavam para Oxford. Os dois morreram e apenas a garota — milagrosamente — sobreviveu.

Por Joseph.
            Ouvi batidas na minha porta e respirei fundo antes de mandar entrar. Não que eu fosse contra a vinda da minha prima para minha casa, mas era irritante ver homens caminhando pela sua casa a todo momento. Minha mãe adentrou ao meu quarto com um sorriso radiante. Eu sabia o porquê de sua animação. Depois de Nick, ela não podia mais ter filhos — por mais que quisesse, meu pai praticamente obrigou-a a fazer a operação que lhe impedia de ter mais filhos, ele definitivamente já estava satisfeito comigo e com Nicholas — e seu maior sonho era ter uma menina. Com a chegada da minha prima, ela finalmente teria uma companhia feminina para conversar, mimar, etc.

— Mandei Nick ir pegar as camisas de vocês na loja. — Ela disse sorridente. Havia mandado fazer camisas novas só para receber a garota. — Você prefere a gravata salmão ou azul?
— Mamãe, por que não fica calma? É só a sobrinha do tio Tom não a rainha Elisabeth. — Murmurei entediado e ela repreendeu-me com um olhar mortal. —
— Ela é a nossa convidada e eu quero que tudo saia perfeito! — Exclamou empolgadíssima. Rolei os olhos. —
— Tudo bem, mas não vou usar gravata. — Falei. Ela olhou-me indignada. — Você sabe que nem nas festas que o pai dá, eu uso isso. Eu odeio.
— O.k, meu amor, mas, eu quero que você use a camisa que eu mandei fazer especialmente para hoje. — Ela disse radiante e eu assenti, mesmo pela contra vontade. —

(...)

Aeroporto Internacional de Londres.
Por Demetria.

            O homem de terno caminhava ao meu lado observando os lados atentamente. Provavelmente, estava procurando meu tio Alexander. Não demorou muito para o avistarmos ao lado de outro rapaz. Ele estava usando um terno engomado e conversava discretamente com o homem ao seu lado.

— Demetria, minha querida. — Alexander disse ao ver-me. Sorriu e beijou minha bochecha, pegando a mala que eu segurava. — Como foi a sua viagem?
— Acho que foi normal. — Falei acanhada. Eu realmente não sabia como era viajar de avião, primeiro por que tinha sido a primeira vez que eu pisava em um e segundo, por que eu tinha dormido o voo inteirinho. —
— Que ótimo. — Ele sorriu. — Robert, coloque as bagagens da minha sobrinha no porta malas.

            O tal Robert, que deveria ser o seu chofer, o atendeu rapidamente. Tio Alex abriu a porta do carro para que eu entrasse. Eu o fiz e ele logo entrou e sentou-se ao meu lado. Respirei fundo quando o carro saiu do aeroporto, me deixando finalmente ver as belas paisagens de Londres.
~
Abri a boca em forma de um ‘O’ quando vi o carro parar em frente á um casarão luxuoso e iluminado. Os portões de ferro pretos se abriram para que o carro adentrasse ao amplo jardim. Era uma bela casa. Eu saí do carro e me espreguicei, enquanto observava cada detalhe do jardim. A grama tinha um tom verde vivo, parecia bem cuidada, tinha também algumas pequenas árvores plantadas um canto aqui, um canto lá, sem falar nas belas roseiras brancas que se destacavam no centro do jardim, fazendo jus a uma fonte artificial que esguichava água. Suspirei.

— Vamos entrar querida. — Senti a mão do meu tio tocar minhas costas. —

Assenti sem pronunciar nenhuma palavra. Eu ainda estava em êxtase só de ver aquela casa linda — por fora. Olhei para trás procurando minha mala com o olhar. Vi meu tio me encarar-me com um olhar confuso e ao mesmo tempo debochado. Rapidamente me lembrei que ele tinha mordomos e empregados para fazerem tal trabalho e me senti estupidamente envergonhada. Apenas me virei para frente e caminhei em passos lentos até a enorme porta de madeira branca. Minhas mãos suaram frio.
A primeira coisa que vi quando meu tio abriu as portas de sua casa, foi uma mulher e dois rapazes ao seu lado; um alto, moreno, bronzeado, forte, com um olhar misterioso, o outro por sua vez, possuía cabelos no mesmo tom de seus olhos, que me observavam de cima a baixo. A moça parecia estar na casa dos quarenta, mas isso não interferia em sua beleza. Ela era linda. Os cabelos eram negros e ondulados, caiam em suas costas, seus olhos eram castanhos e tinham um brilho esplêndido, ela era pálida na medida certa e a maçã de seu rosto era levemente corada. Suas vestes então, eram caprichosas. Me perguntei mentalmente se aquilo tudo era por minha causa ou se eles eram acostumados á ser assim, tão... Perfeitos.

— Demetria, seja bem vinda querida. — A mulher aproximou-se de mim e abraçou-me como se fossemos amigas de longa data. Mesmo constrangida e sem graça, retribui seu abraço e fiz questão de exibir um sorriso grato em meu rosto. — Meu nome é Hemily. Estes são seus primos Nicholas e Joseph.
— É um prazer. — Falei timidamente. Os rapazes apenas assentiram. —
— Suponho que você deve estar morrendo de fome. Como não sei qual é seu gosto exato, pedi que preparassem um banquete variado. — Hemily sorriu orgulhosa. —

            Suspirei. Pelo contrário, eu estava absolutamente cheia. Por menos que eu tivesse comido no avião, eu estava cheia. Deveria ser o nervosismo por estar se mudando para casa do meu tio, que depois de anos, resolveu aparecer do nada para me levar para casa. Um interesse fora do comum. Estranho interesse, devo corrigir. A mulher me olhava atentamente e por mais que ela estivesse sendo muito hospitaleira comigo, eu começava a ficar ainda mais acanhada e desconfortável.

— Eu comi demais no avião. — Menti, mordendo o lábio. Senti minhas bochechas esquentarem. —
— Oh querida, tudo bem. — Ela disse compreensivamente, para minha surpresa. — Acho então que você queira descansar, não é? — Assenti ainda envergonhada pela desfeita ao tal banquete. — Joseph querido, por que não leva sua prima até o quarto dela?

O tal Joseph deu de ombros, parecendo não se importar. Nicholas, que parecia ser mais novo que o outro, me olhava fixamente de cima a baixo. Percebi que ele prendia o riso por causa da minha roupa antiquada. Corei bruscamente. Eu não tinha roupas modernas e bonitas, por que afinal, eu morava em um colégio interno de beatas.

— Desculpe a má educação de Nicholas. — Joseph disse baixo enquanto subíamos as escadas da casa. — Ele não costuma a ter modos.
— Tudo bem. — Eu dei de ombros. Não estava chateada com o riso de Nicholas. — Sei que minhas roupas não são adequadas para Londres.
Joseph virou-se para mim olhando-me de cima á baixo. Depois, logo sorriu.
— São bonitas. — Afirmou. — Muitas garotas preferem usar roupas mais curtas para jogar charme para os rapazes.
— Sério? — Perguntei. Ele assentiu com um sorriso sugestivo em seu rosto. — Achei que as moças daqui fossem... Comportadas.
— Algumas são, outras nem tanto. — Ele parou em frente á uma porta de madeira branca. — Bom, este é seu quarto.

Eu corei. Ele pareceu sorrir divertido com minha vergonha. Pus a mão na maçaneta e a girei. Tão surpresa fiquei ao ver o espaço. O quarto era absolutamente lindo. As paredes tinha tons lilás claríssimos, havia uma cama de casal e um armário de cor branca enorme, sem falar numa mesa que estava no quarto do quarto com um caderno e alguns lápis. Em outro canto, tinha uma estante presa na parede cheia de livros.
            Tornei a me perguntar o porquê de ganhar um quarto caprichado daquele jeito. Eu era uma hospede totalmente desconhecida e tinha ganhado tudo aquilo.

— Minha mãe sempre quis ter uma menina. — Joseph começou, enquanto pegava um dos livros da estante. Parecia ter lido a minha mente. — Ela não pode mais ter filhos, então, isso tecnicamente fará de você uma filha para ela. Vai ser muito mimada aqui.
— Você acabou de contribuir para que eu ficasse ainda mais culpada por ter rejeitado o jantar que sua mãe preparou para mim. — Falei envergonhada e ele riu. —
— Não se preocupe. Mamãe não se incomodou. — Ele disse sorrindo. — Bom, eu preciso descer. Se eu demorar mais um pouco, pensarão que estou te importunando.
— Oh, é claro. — Eu assenti sorrindo. — Aproveite o jantar por mim. — Falei, enquanto ele saia do meu quarto. —
— Pode deixar. Farei isso direitinho. — Piscou para mim, com um meio sorriso no canto do rosto. —

Joseph estava caminhando em direção as escadas e eu estava pronta para fechar a porta e apreciar o meu novo quarto, quando ele parou e virou-se para mim com um sorriso de lado, logo dizendo:


— Seja bem vinda. 

**

oee minhas queridas <3
postei o primeiro capitulo. Espero que gostem. Não tenho muita coisa pra falar, apenas que a página dos personagens já foi atualizada com os novos. Qualquer duvida é só deixar a pergunta nos comentários. É isso. Beijãos, :*

Sinal de vida, noticias boas e ruins! — Nova fanfic. Sinopse; Falling To Pieces.


Olá para todos. 

       É, depois de semanas eu finalmente criei vergonha nessa minha cara de pau e vim aqui explicar a vocês o que está acontecendo. The Prince tinha tudo para ser uma ótima fanfic, mas, o improvável aconteceu; meu pai mandou meu computador para formatar e não me avisou. Eu tinha inúmeras fanfics nele, entre elas, TP. Então, não tive como salvar no meu pen drive os capitulos que já estavam prontos. Já tentei me lembrar de como eram para poder escrever, mas, simplesmente não consigo. Pretendo reescrevê-la por que amo essa fanfic. Demais mesmo. Sinto muito por ter decepcionado vocês e vacilado feio. É, eu vacilei. Quem acompanha meu outro blog vê que esses ultimos dias eu apareci mais lá. Felizmente, eu não perdi Revenge. Eu tinha uma cópia salva no pen drive e não tive problemas quanto a isso. Me perdoem, por favor. Acho que, o mínimo que posso fazer é pedir desculpas. Primeiro, por ter demorado e segundo, por dizer que TP vai para as fanfics que eu pretendo reescrever. Quando, eu não sei. 
Espero que vocês me desculpem. 
        Eu tenho algumas fanfics no meu pen drive. Algumas bem antigas mas que são bem legais. Então, escolhi uma que eu, sinceramente, nunca vi qualquer outra fanfic parecida com ela. Não sei se vocês vão gostar, mas, eu amo essa fanfic e ela é uma das minhas favoritas.


Falling To Pieces — Caindo aos pedaços.

Depois de quase dez anos vivendo num colégio interno religioso localizado na Bélgica, Demetria Lovato vê sua vida virar de cabeça para baixo quando o irmão mais velho do seu falecido pai aparece com o desejo de lhe levar para casa. Mesmo hesitante e contraditória em relação á viver com os tios, a garota aceita mudar de país, de casa, de vida, porém com apenas um desejo; descobrir como eram seus pais e sua história verdadeira. O que ela menos imagina é que, se quiser descobrir a história de sua família, terá que ser corajosa e vencer inúmeros desafios e obstáculos ao mesmo tempo em que tenta lidar com uma paixão avassaladora pelo seu primo Joseph. Um amor mais conhecido como incesto. Ou não.

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É isso, comentem suas opiniões. O primeiro capitulo está pronto então, assim que vocês me derem uma resposta, eu posto e atualizo a página dos personagens. Beijão, :*

21 de jan. de 2014

Nice to meet you, guys. — Apresentação.


Oee amendobobas *-*

Bem vindos ao meu novo bebê. Este blog tem o mesmo fim que o outro blog, o Unbroken. Meu maior objetivo com esse novo bloguezito, é recomeçar do zero e postar fanfics mais dramáticas. Isso explica o porquê do titulo. "Mirrors" - que foi inspirada não na musica do Justin Timberlake, mas sim, na música do Lil' Wayne - foi a fanfic que marcou meu blog. Admito que foi uma fanfic original e muitas pessoas acham a mesma coisa. Mas enfim, não vim para falar das minhas fanfics passadas e sim, das que virão. E eu espero que sejam muitas. Em breve, ainda essa semana, eu postarei a sinopse e os personagens da fanfic que eu irei postar. Por enquanto é segredo, mas, eu garanto a vocês que será uma boa fic. 
É isso. Por mais que não tenha uma fanfic aqui, por enquanto, eu peço uma chance. Se vocês me seguem no outro blog e gostam, peço que me sigam aqui também. Enfim, eu espero que vocês gostem desse blog tanto quanto gostam do outro. 

Beijos, Samara.